"O medo é uma forma de energia inferior – uma energia que necessita de uma força considerável. O medo é, em realidade, uma das extremidades de uma alavanca de energia em nosso ser. Medo, preocupação, temor e insegurança surgem da importância e da identidade atribuídas ao ego, tendo o pensamento como instrumento. Encará-lo somente é possível em outro nível, o da alma, sendo o coração o seu instrumento. [...] O medo é, em realidade, uma das extremidades de uma alavanca de energia em nosso ser.
A outra extremidade dessa alavanca de energia é o amor. Deixemos o amor crescer, e o medo se esvai. Os botões de comando dessa alavanca de energia são nossas aspirações e nossa confiança. Desse modo, a despeito das tensões, criamos espaço e energia de alma em torno das tensões do ego; harmonizamo-nos e depositamos nossas emoções amordaçadoras e dominantes na taça áurea da luz do coração. O medo e a insegurança perdem então grande parte de sua energia e influência: eles já não nos dominam nem têm poder sobre nós.
E há ainda outra ajuda em face do medo, da preocupação e do temor: despojar a situação de seu sentido. Toda situação tem apenas o significado que nós mesmos lhe damos. E assim, nós sempre criamos nossa própria realidade. O que nos acontece ou nos inquieta é simplesmente uma situação, um fato, um acontecimento. Retiremos sua importância, e nada restará senão o fato objetivo, sem afetação. [...]
Se não há importância, não há tragédia. Sem tragédia não há resistência. Sem resistência não há energia errada. Sem energia errada não há inquietação. Sem inquietação, resta apenas uma atenção profunda e silenciosa da alma."
"O caminho da alma para livrar-se do medo" - Parte do artigo publicado na Revista Pentagrama Ano 2013, nº 3 - Pentagrama Publicações -
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